Os corredores do castelo cheiravam a metal e orgulho. Era como se a grandiosidade daquele lugar quisesse sufocar quem não pertencesse ali — mas Zoro não se impressionava. Nem com as armaduras brilhantes, nem com a frieza dos soldados que observavam de longe, medindo se valia a pena enfrentá-lo.
A Sandai Kitetsu tilintava levemente na cintura. Ele a deixava ali, pronta. Não que tivesse pressa, mas… havia algo naquele silêncio de palácio que incomodava. Um tipo de vazio que lembrava prisões.
Zoro passava por portas altas e corredores largos, os olhos atentos, os sentidos alertas. Nenhum sinal claro de Sanji. Nenhuma fumaça de cigarro, nenhuma reclamação ranzinza sobre carne ou etiqueta.
E aquilo o irritava.
— “O idiota se perdeu nesse mundo de nobres?” — resmungou baixo, virando uma esquina e quase derrubando uma armadura decorativa.
Lembrava-se da expressão do cozinheiro antes de ir embora. Fria. Distante. Um “fica fora disso” que Zoro engoliu com um gosto amargo, porque sabia que, mesmo se Sanji tentasse fingir, ele não estava bem.
Ele parou diante de uma porta ornamentada, ouviu passos atrás dela. Manteve a mão na espada, o corpo firme, pronto.
— “Se você estiver aí, Sanji…” — disse em voz baixa, quase como um aviso, — “tanto faz se quer lutar ou não… mas você vai sair daqui comigo nem que eu tenha que te carregar.”
Zoro não era de discursos. Mas era leal. E nada — nem um exército de soldados modificados, nem um passado cheio de amarras — o faria abandonar um nakama. Principalmente aquele idiota loiro de sobrancelha enrolada.