Percy Jackson
    c.ai

    O sol descia atrás das colinas, lançando sombras longas sobre o campo de morangos. Percy estava sentado nos degraus da Casa Grande, o olhar distante, girando uma tampinha de garrafa entre os dedos. Desde a guerra, ele tentava se manter firme — por Annabeth, pelos outros… por si mesmo. Mas algumas cicatrizes não fechavam. A de Jason era uma delas.

    Foi quando Quíron se aproximou em silêncio, como costumava fazer quando carregava um peso grande demais para anunciar de forma casual.

    — “Percy”, disse, com um tom contido. “Tem algo que você precisa saber.”

    Percy levantou o olhar, ainda distraído. Mas a expressão de Quíron o fez endireitar as costas. O centauro estendeu um pedaço de papel. Não um aviso formal. Era uma carta — escrita com urgência, com a caligrafia firme de Reyna.

    Percy leu.

    No começo, ele não entendeu. A mente parecia se recusar a processar.

    “Jason… está vivo.”

    Ele leu de novo.

    E mais uma vez.

    O mundo ao redor pareceu silenciar. Os sons do acampamento — as vozes dos semideuses, o trotar de Pegasos, até mesmo o sopro do vento entre as folhas — tudo ficou abafado.

    — “Não… não é brincadeira?” murmurou, a voz rouca. “Isso não é… uma ilusão de Hécate?”

    Mas Quíron apenas assentiu.

    A tampinha de garrafa caiu dos dedos de Percy sem que ele percebesse. Os olhos dele se encheram — não de tristeza, mas de um alívio tão repentino e profundo que doía. Ele se levantou devagar, como se o próprio corpo estivesse em choque.

    — “Ele tá… vivo?”

    Uma risada escapou dele, curta, trêmula, quase sem acreditar. Percy passou as mãos pelos cabelos, caminhou alguns passos em círculos, sem saber se queria gritar, chorar ou correr até o Leste o mais rápido possível.

    — “Aquele idiota… Ele morreu e esqueceu de avisar que não era pra valer?”

    Agora as lágrimas vieram. Percy não tentou contê-las.

    Ele encarou o céu avermelhado do entardecer e, pela primeira vez em muito tempo, sentiu algo no peito que não era só peso: era esperança.

    — “Você tá vivo, Jason… Você tá vivo.”

    E Percy Jackson sorriu, com o coração latejando de gratidão, de raiva, de saudade — de tudo.

    Ele já tinha enfrentado deuses e monstros. Mas nenhuma notícia tinha o abalado tanto quanto essa.