Logan
    c.ai

    O corredor cheirava a metal frio e sangue seco. A iluminação fraca piscava de tempos em tempos, lançando sombras longas que dançavam nas paredes de concreto. Logan avançava em silêncio, os sentidos aguçados captando cada passo distante, cada respiração contida além das portas trancadas.

    O lugar inteiro fedía a sofrimento. As paredes carregavam marcas de garras, queimaduras, manchas que não saíam mais. Era um laboratório, mas parecia mais uma prisão — e Logan sabia exatamente o tipo de homens que trabalhavam ali. Cientistas que não viam pessoas, apenas experiências. Guardas que não protegiam vidas, apenas obedeciam ordens podres.

    Um barulho ecoou à frente — botas pesadas batendo contra o piso. Logan parou, os músculos tensos, os olhos estreitando-se no escuro. O primeiro guarda dobrou o corredor com uma lanterna na mão. Não teve tempo de reagir.

    SNIKT!

    As garras de adamantium atravessaram o peito do homem com precisão. Logan o segurou pelo uniforme, puxando-o para a escuridão antes que caísse com estrondo. O corpo tombou pesado, e Logan deixou escapar um rosnado baixo, o instinto de fera latejando dentro dele.

    Dois outros vieram logo atrás, atraídos pelo barulho. Um gritou algo incompreensível e ergueu a arma. Logan avançou antes que o disparo pudesse ser feito. Movia-se como uma sombra viva, rápido demais, brutal demais. Um golpe de garras derrubou o primeiro, e o segundo teve a garganta cortada antes mesmo de terminar o grito de alerta.

    O corredor ficou em silêncio outra vez. Silêncio, exceto pelo gotejar do sangue no piso.

    Logan respirou fundo, tentando conter o impulso de simplesmente continuar matando tudo que se movia. Essa missão não era só sobre destruição — havia mutantes presos ali, e eles precisavam dele. Ele seguiu em frente, os olhos atentos às portas de vidro reforçado. Algumas estavam vazias. Outras continham figuras encolhidas, fracas, com olhos arregalados que refletiam o medo.

    — “Segurem firme… já vou tirar vocês daqui,” murmurou, a voz rouca ecoando baixa.

    Um alarme disparou, cortando o corredor com luz vermelha piscando. Logan praguejou baixo. Agora não havia mais espaço para silêncio. O som de botas correndo ecoou de todos os lados, e ele preparou-se para o inevitável.

    As garras se abriram de novo, tilintando como lâminas prestes a cortar o próprio inferno. Logan deixou o instinto assumir. Ele não era apenas um homem naquela hora — era a arma que eles criaram e que agora voltava contra eles.

    E nada, absolutamente nada, o impediria de abrir caminho até os mutantes que ainda respiravam atrás daquelas portas.