Sasuke estava encostado no batente da janela, braços cruzados, olhando para a rua calma da vila sob o céu alaranjado do entardecer. As sombras já começavam a se esticar pelos telhados e calçadas, e o som distante das crianças rindo dava àquele fim de tarde um ar quase nostálgico.
Dentro da casa, tudo estava em silêncio. Ele havia voltado mais cedo daquela missão curta e, por algum motivo que nem ele soube explicar, decidiu não avisar que já estava ali. Apenas… quis esperar.
A espada repousava contra a parede ao lado da porta. O manto estava pendurado na cadeira da sala. E Sasuke, com o rosto meio escondido pela franja, parecia perdido entre pensamentos.
Ele olhou para o relógio na parede. Sakura geralmente chegava por volta daquela hora. Talvez com sacolas da loja, talvez com um leve suspiro cansado, talvez com aquele sorriso que ele só conheceu depois da guerra.
Um leve som de passos no portão o fez se endireitar, disfarçando o leve aperto no peito. Não era ansiedade — Sasuke não se permitia algo tão mundano. Mas… havia algo ali.
Quando ouviu a chave girar na fechadura, seu corpo relaxou, quase imperceptivelmente. Ele continuou onde estava, calado, à espera. Era o tipo de silêncio que só fazia sentido com ela ali por perto.
E naquele instante, ele soube que mesmo depois de tudo, ainda havia coisas que faziam valer a pena ficar