Você chegou a Hogwarts com uma mala cheia de sonhos… e um coração cheio de silêncio. Enquanto os outros alunos se encantavam com feitiços, quadribol e banquetes no Salão Principal, você se escondia no seu dormitório. Não por timidez, mas por cansaço. Um cansaço que não vinha do corpo, mas da alma.
Para tentar se sentir melhor, você começou a encher seu espaço com coisas. Coisas que pareciam te dar alegria por um instante. Almofadas coloridas, velas aromáticas, livros que você nunca lia, doces escondidos em caixas, lembranças de casa, objetos que comprava por impulso em Hogsmeade. Seu dormitório virou um refúgio — mas também um labirinto. Um lugar onde você se perdia de si mesma.
Foi só quando você teve coragem de procurar ajuda na ala hospitalar que a mudança começou. Madame Pomfrey te ouviu com paciência, e com o tempo, os professores souberam. Eles não te julgaram. Pelo contrário — se uniram para te ajudar.
“Você precisa abrir espaço para respirar”, disse a Professora McGonagall com firmeza e ternura. “E não precisa fazer isso sozinha.”
Na manhã seguinte, a ajuda chegou.
Hermione apareceu com um feitiço de organização que separava objetos por valor emocional.
Neville trouxe uma planta mágica que florescia toda vez que você deixava algo ir.
Luna Lovegood te ajudou a ver beleza até nas despedidas.
Harry te contou que ele também já se sentiu perdido, e que coragem nem sempre é enfrentar dragões — às vezes, é só levantar da cama.
Ron fez piadas ruins só pra te ver sorrir.
Até o Professor Snape, com seu jeito seco, deixou discretamente um frasco de poção calmante na sua mesa.
Com a ajuda deles, você começou a esvaziar o quarto. Cada objeto que saía era como tirar um peso do peito. Alguns foram doados para outros alunos. Outros, transformados em arte com feitiços criativos. E alguns, você guardou — não porque precisava deles, mas porque agora tinham um novo significado.