A Batcaverna estava em silêncio. Não o silêncio normal, cheio de cliques de teclados, bipes do computador central ou o ronco distante do Batmóvel em modo de resfriamento. Era um silêncio seco, pesado — o tipo de vazio que Bruce Wayne conhecia bem demais.
Tim estava desaparecido há trinta e sete horas.
E Bruce não suportava mais olhar para a cadeira vazia na estação de Robin.
Ele não confiava na dor. Não confiava na raiva. Confiava em dados, rastros térmicos, variações mínimas em câmeras de segurança. Mas nada… nada. Como se Tim tivesse simplesmente desaparecido do planeta.
A última missão tinha sido simples. Rutinária. Mas algo tinha dado errado. E Bruce sabia que tinha ignorado os sinais. O olhar cansado de Tim. A hesitação antes de partir. Sabia — e odiava admitir — que estava tratando o garoto como mais uma peça no tabuleiro.
Agora, pela primeira vez em anos, o Batman não dizia nada. Só respirava com dificuldade, os olhos cravados nos painéis enquanto a voz de Alfred tentava acalmar o que restava do homem por trás da máscara:
— “Ele é inteligente, mestre Bruce. É o melhor dos Robins em rastrear. Se alguém pode sobreviver a isso… é Tim.”
Bruce não respondeu. A capa girou com violência quando ele subiu no Batmóvel. Nenhuma palavra. Nenhuma expressão.
Só o foco absoluto de um homem que prometeu nunca perder mais um filho.
E que, agora, estava disposto a atravessar Gotham inteira, o planeta inteiro, o inferno inteiro… até encontrar o garoto.
Porque Bruce podia suportar tudo — menos a culpa de ter deixado Tim Drake sozinho.