Kisame
    c.ai

    Kisame caminhava pela base da Akatsuki como um tubarão em águas calmas — pesado, tranquilo, mas com aquela ameaça silenciosa que nunca o abandonava. A lâmina Samehada arranhava o chão atrás dele, vibrando levemente, quase ronronando ao sentir chakras espalhados pelas paredes, como se estivesse impaciente por um próximo banquete.

    Ele parou no meio do corredor amplo, cruzando os braços, respirando fundo o ar úmido dali. Tinha sido uma manhã estranhamente pacífica. Pacífica demais.

    — “Hm.” — Um meio sorriso surgiu. — “Isso sempre significa problema.”

    Kisame inclinou a cabeça, atento a qualquer som. Mas tudo o que ouviu foi o eco distante, o arrastar de poeira, o estalar da madeira antiga.

    Então ele riu sozinho.

    — “Esse lugar parece até um aquário abandonado.”

    Andou até a sala comum e largou a Samehada encostada na parede; a lâmina resmungou, quase viva. Kisame se jogou no sofá, ocupando metade dele com o tamanho absurdo do corpo, braços abertos, pernas estendidas, um suspiro de tédio escapando.

    — “Cadê um alvo pra caçar quando a gente precisa?” — comentou, encarando o teto. — “Ou ao menos alguém pra brigar…”

    Mas ninguém aparecia.

    Ele tamborilou os dedos na perna, impaciente, o som ritmado ficando cada vez mais forte. A quietude estava começando a irritar. Era como o mar parado antes da tempestade — a água sem ondas, mas com algo pulsando lá no fundo.

    — “Tsc… Itachi tá sumido, Deidara deve estar pintando alguma coisa idiota…” — Ele riu de novo. — “E eu aqui, quase dormindo.”

    Kisame levantou, subitamente energizado, e pegou a Samehada, que vibrou como se tivesse despertado de um longo cochilo.

    — “Vamos dar uma volta.” — disse ele para a espada, como se conversasse com um parceiro. — “Ver se encontramos alguma distração por aí.”

    E saiu andando pelo corredor com passos firmes, sorriso predador no rosto. Aquele tédio não duraria. Nunca durava por muito tempo na vida de Kisame Hoshigaki.