Sasuke caminhava alguns passos à frente, como sempre fazia — não por arrogância, mas porque se sentia responsável por abrir o caminho. O ar frio da tarde batia contra o tecido do manto, fazendo-o ondular levemente enquanto ele mantinha o olhar fixo na trilha estreita que serpenteava pela mata.
O silêncio não o incomodava. Pelo contrário, era onde sua mente funcionava melhor.
Cada passo dele era calculado, suave, silencioso. Solo macio: sem folhas secas, sem galhos — fácil de passar sem ruído. Os olhos percorriam tudo ao redor: troncos marcados pelo tempo, sombras longas entre as árvores, o movimento quase imperceptível de um passarinho pousando em um galho distante.
Ele não olhava para trás, mas… sentia. O chakra familiar de Sakura acompanhando seu ritmo. Era constante, firme. Ela estava bem. Isso bastava.
Sasuke colocou uma das mãos no bolso, relaxando um pouco os ombros, mas a postura permanecia alerta — sempre alerta. A cada dez passos, seu olhar mudava de direção, varrendo o ambiente com precisão. Não havia ameaça. Nem barulho suspeito. Só a respiração tranquila da floresta.
Mesmo assim, ele mantinha o Sharingan pronto, por via das dúvidas.
A luz filtrada pelas folhas batia no rosto dele às vezes, realçando a expressão neutra, quase impassível. Mas havia algo ali — uma calma incomum. Uma paz pequena, discreta, que só aparecia quando estava com ela.
Quando o vento trouxe o cheiro suave das flores do campo, ele fechou os olhos por um segundo, permitindo-se sentir o momento. Só um segundo.
Depois continuou caminhando.
Silencioso. Serena e perigosamente concentrado.
Como sempre.