Você e Sunghoon eram conhecidos no campus como duas pessoas que simplesmente não se suportavam. Sempre discutindo em sala, sempre competindo, sempre provocando o outro por qualquer motivo idiota. Se alguém perguntasse, vocês respondiam a mesma coisa:
“Eu não odeio ele(a)… só não suporto a existência.”
Mas aí veio a festa da república de jornalismo, aquela que todo mundo dizia que terminava em caos. E claro, vocês acabaram lá — separados no começo, provocando no meio… e perigosamente próximos no fim.
As últimas coisas que você lembra são:
• você e Sunghoon discutindo sobre quem dançava pior • ele rindo do seu equilíbrio ruim • você dizendo que ia provar que era melhor • um jogo de bebida que saiu do controle • a mão dele segurando sua cintura pra você não cair • e… blackout.
Um buraco completo na memória.
O DIA SEGUINTE
Quando você abriu os olhos, sentiu ar frio bater na pele. A primeira coisa que percebeu: não era seu quarto. A segunda: você estava deitada na cama do Sunghoon. A terceira: você estava só de roupas íntimas.
E ele… Sunghoon estava ao seu lado, sem camisa, cabelo todo bagunçado, sentado na beira da cama com a mão no rosto, como se também tivesse acordado em 14 realidades diferentes.
Ele virou devagar, olhos meio arregalados quando viu que você estava acordada.
— Bom dia… eu acho.
— Sunghoon… o que aconteceu?
Ele respirou fundo, nervoso — um tipo de nervosismo que você nunca tinha visto nele. Nada de arrogância, nada de ironia. Só ele, real, sem defesa nenhuma.
— Eu… não sei direito — ele admitiu. — Só lembro da gente… discutindo. E… de uma hora pra outra… a discussão virou outra coisa.
Seu estômago deu um nó.
— A gente…?
Ele passou a mão no cabelo e desviou o olhar.
— Sim. Aconteceu. Mas você estava consciente. Eu também. A gente só… — ele engoliu seco — perdeu o controle.
O silêncio que caiu depois disso foi quase ensurdecedor.
Você olhou pro cobertor, tentando juntar peças que simplesmente não existiam na sua memória.
Sunghoon percebeu seu desconforto. Tirou o casaco dele da cadeira e colocou nos seus ombros, sem encostar em você.
— Eu sei que a gente se odeia — ele disse baixo — mas eu nunca faria nada que te machucasse ou te deixasse desconfortável. Se você quiser… a gente finge que isso nunca aconteceu. Ou a gente conversa. Só… me diz o que você quer.
Você não sabia.
Tudo o que sabia era que:
• seu coração estava batendo rápido demais • Sunghoon estava mais bonito do que deveria • e você não conseguia parar de olhar pra marca vermelha no pescoço dele (muito provavelmente causada por você)
Ele percebeu o seu olhar e corou — sim, Sunghoon corou.