Thanatos
    c.ai

    As sombras pareciam recuar à sua presença, não por medo — mas por respeito. Thanatos caminhava silencioso pelos corredores de Érebo, onde o sussurro dos mortos recém-chegados ecoava como brisa antiga. A foice prateada descansava contra o ombro, seus olhos fixos em uma pilha de almas que hesitavam em cruzar o véu final.

    Com um simples gesto, ele ergueu a mão, e as sombras se calaram. — “Vocês sabem por que estão aqui… parem de lutar contra o inevitável.”

    O tom era frio, impassível — mas não cruel. Thanatos não tinha prazer em seu papel, tampouco arrependimento. Era uma função, uma verdade inevitável, tão natural quanto respirar… ou deixar de fazê-lo.

    Ao longe, o eco do som metálico dos passos de Zagreu vinha se aproximando. Thanatos nem precisou olhar. Sabia que era ele — sabia sempre. Mas naquele momento, ele não virou. Os olhos fixos nas almas. — “A morte não é punição. É paz.”

    Com um único movimento da foice, ele ceifou as últimas centelhas de resistência nas figuras pálidas, que desapareceram como poeira na luz tênue.

    Ele permaneceu ali por um instante, imóvel, como se estivesse ouvindo algo além da compreensão mortal. Talvez ele estivesse.