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Você não estava no seu quarto.
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Sunghoon estava ali, dormindo ao seu lado. Sem camisa.
A rivalidade entre vocês dois já era lendária no campus. Todo mundo sabia: se você e Sunghoon entrassem na mesma sala, era garantia de discussão. Ele implicava com tudo — desde o jeito que você carregava seu material da faculdade, até como você sempre ganhava mais destaque que ele nas aulas práticas.
E você não ficava pra trás. Sempre devolvia na mesma moeda.
Por isso, quando você chegou na festa da república de artes e deu de cara com Sunghoon apoiado no balcão, olhando pra você como se tivesse acabado de ver um desafio ambulante… já sabia que a noite ia dar errado.
Ou muito certo. Dependia do ponto de vista.
Ele aproximou devagar, já com cheiro de bebida no ar.
— Essa festa tava tranquila demais até você aparecer, provocou.
— Imagina pra mim, que tive que ver sua cara logo na entrada, você rebateu.
O típico clima de “vou te matar” virou uma competição idiota para ver quem aguentava mais shots. E vocês perderam a noção muito rápido.
Entre risadas, provocações, empurrões que viravam puxões e discussões que já nem faziam sentido, a noite virou um borrão.
A última coisa que você lembrava com clareza era Sunghoon segurando sua mão pra você não tropeçar, e vocês dois discutindo sobre quem precisava cuidar de quem naquele estado ridículo.
Depois, tudo ficou preto.
Na manhã seguinte…
A luz forte atravessou a janela e bateu direto no seu rosto.
Você abriu os olhos devagar, com a cabeça latejando — e só então percebeu duas coisas:
Seu coração começou a bater tão forte que parecia querer escapar. Você olhou rapidamente pra si mesma e viu que estava só de roupas íntimas.
— Não. Não. NÃO, você murmurou, tampando o rosto.
Sunghoon abriu os olhos devagar, voz rouca de sono:
— …Você tá gritando por quê logo de manhã?
O silêncio caiu pesado. Os dois se encararam, completamente sóbrios agora — e totalmente conscientes.