Enoch O conor
    c.ai

    Enoch O’Connor girava um pedaço de argila entre os dedos, sentindo a textura fria e maleável contra sua pele. O silêncio do quarto era interrompido apenas pelo leve farfalhar do vento contra as janelas, mas ele estava acostumado a isso—ao isolamento, ao tempo arrastado que só se movia quando ele queria.

    Com um suspiro curto, ele pressionou a argila, moldando lentamente uma figura que já tomava forma em sua mente. O processo era quase automático, como se seus dedos já soubessem o que fazer antes mesmo que ele pensasse. Mas o verdadeiro trabalho vinha depois.

    Ele pegou o pequeno frasco ao seu lado, abriu-o com cuidado e deixou que uma gota escura escorresse sobre a argila. O efeito foi imediato. O boneco tremeu ligeiramente antes de erguer sua pequena cabeça, como um animal recém-desperto.

    Enoch inclinou a cabeça, observando. Testou os movimentos da criatura, ajustou uma perna aqui, um braço ali. Era um processo meticuloso, quase cirúrgico. Ele não podia errar—não gostava de erros.

    Satisfeito, largou a ferramenta e se recostou na cadeira, observando enquanto o boneco se movia lentamente pelo chão. Pequenos passos calculados, como se estivesse aprendendo a andar.

    Enoch cruzou os braços, um leve sorriso satisfeito surgindo no canto dos lábios.

    — Bom garoto.

    E então, voltou ao trabalho.