Dick Grayson
    c.ai

    A noite se derramava pelas janelas da Torre como tinta azul escura, cobrindo os corredores silenciosos com sombras longas. Dick Grayson estava na sala de controle, o uniforme de Asa Noturna ainda colado ao corpo, parcialmente desabotoado no pescoço. Suava, mesmo depois de uma missão concluída. A cidade estava segura — por ora — mas a paz, como sempre, era temporária.

    Ele encarava os monitores ligados, cada um exibindo diferentes câmeras da cidade. Uma briga de rua no centro. Um alarme disparado em Blüdhaven. Nada crítico, mas tudo somava. Tudo sempre somava.

    Ao fundo, os corredores da torre estavam silenciosos. Kory dormia, provavelmente exausta. Gar ainda estava com Rachel, tentando ajudá-la com os pesadelos que voltaram. E ele… ele só estava ali. O líder. O que nunca dorme. O que carrega o peso.

    — “Você virou isso, hein, Grayson…” — murmurou, esfregando o rosto com as mãos. — “Bruce 2.0. Um pouco menos frio. Um pouco mais quebrado.”

    Ele se levantou e caminhou até a grande janela da torre. Lá de cima, a cidade parecia tranquila. Tão diferente do caos interno. Às vezes ele se perguntava se os Titãs estavam mesmo fazendo diferença. Outras vezes, tudo que bastava era lembrar dos olhares deles — jovens, esperançosos, quebrados, mas juntos.

    O comunicador apitou no bolso. Nada urgente. Ele ignorou.

    Cruzou os braços, encostou a testa no vidro e sussurrou: — “Amanhã a gente tenta de novo.”

    Porque era isso que fazia. Porque era isso que Bruce ensinou. Porque, no fundo, ele ainda acreditava