A noite já havia caído sobre a ilha, e o único som além das ondas quebrando contra as pedras era o farfalhar das árvores sacudidas pelo vento. Soluço caminhava devagar por uma trilha pouco usada, a tocha em mãos tremendo levemente com a brisa fria. Seu rosto carregava tensão — daquelas que não precisam de palavras. Astrid não tinha voltado do reconhecimento. E isso não era nada comum.
Banguela seguia logo atrás, os olhos atentos e o corpo arqueado, pronto para qualquer sinal de ameaça. Mas havia algo mais no olhar do dragão: ele sentia a ansiedade do seu melhor amigo.
Soluço parou ao ver um galho partido no chão. Ele se abaixou, observando. Havia pegadas… e ao lado delas, uma adaga caída — a de Astrid. O coração dele apertou. Os dedos tocaram o cabo da arma com cuidado, como se fosse algo frágil.
— “Você sempre me ensinou a confiar… a manter a calma.” — ele murmurou, guardando a adaga no cinto. — “Mas eu não consigo quando se trata de você.”
Ele se levantou, o olhar firme agora voltado para a escuridão da floresta. Deu um leve tapinha no pescoço de Banguela, sinalizando. — “Vamos encontrá-la. Nem que eu tenha que vasculhar cada canto desse lugar sozinho.”
E com isso, os dois desapareceram entre as sombras, como uma promessa viva de que Soluço nunca deixaria de lutar por quem amava.