O galpão abandonado estava silencioso, exceto pelo som da respiração de Dean e o farfalhar do pó sendo varrido enquanto ele desenhava o sigilo no chão. A luz da lanterna pendurada precariamente lançava sombras longas, recortando o rosto tenso do caçador.
As mãos calejadas estavam firmes, mas havia uma inquietação nos olhos dele — não medo, mas uma fúria contida.
— “Nunca achei que ia fazer isso de novo…” — murmurou para si mesmo, a voz áspera. — “Mas se essa é a única maneira… então que seja.”
Ele colocou o último ingrediente no centro do sigilo: uma amostra de sal negro misturado com enxofre, conseguido a duras penas de um demônio exorcizado dias antes. O cheiro ainda impregnava suas roupas.
Dean se ajoelhou, fitando o círculo com um olhar que misturava desafio e desespero.
— “Lilith,” — disse com a voz firme — “eu sei que você me ouve. Seja qual for a versão de você que ainda existe, eu preciso que apareça. Agora.”
Silêncio.
O ar pareceu pesar.
Dean não recuou. Ele cerrava os punhos como se esperasse que algo explodisse a qualquer momento.
— “Não vim negociar. Não vim pedir favor. Mas se tem alguma verdade nesse jogo entre inferno e céu, você vai querer me ouvir.”
A vela mais próxima tremeluzia. O sigilo parecia vibrar. Ainda sem garantia de que daria certo, Dean manteve os olhos fixos no centro do círculo, esperando… disposto a enfrentar o inferno mais uma vez, sozinho, se fosse preciso.