Conner acordou antes do sol nascer — hábito que o corpo ainda não tinha desaprendido. Mas, pela primeira vez em muito tempo, ele não sentiu pressa.
A base dos Titãs estava silenciosa, banhada pela luz suave que começava a entrar pelas janelas. Ele caminhou descalço pelo corredor, sem o peso do uniforme, apenas uma camiseta gasta e uma calma que ainda parecia estranha. No espelho do corredor, viu o próprio reflexo e… não desviou o olhar.
Sem emblema no peito. Sem missão esperando. Só ele.
Conner passou a mão pelos cabelos, o olhar se perdendo por um momento. Aquele rosto era dele, agora — não uma cópia, não um projeto inacabado. Ele respirou fundo, o ar frio entrando e saindo dos pulmões com uma naturalidade que aprendeu a valorizar.
No terraço, o vento da manhã bateu contra o rosto, e ele fechou os olhos. Não precisava mais provar nada pra ninguém — nem pra Superman, nem pra equipe, nem pra ele mesmo.
Ele pensou em tudo que já tinha sido forçado a carregar: o rótulo de clone, o temperamento herdado, o medo constante de ser um erro ambulante. Mas ali, entre risadas noturnas, pequenas confusões e amizades que não pediam mais do que ele podia dar, Conner finalmente entendeu o que era viver.
Nada de comandos mentais. Nada de expectativas irreais. Nada de “deve ser”.
Só o som do mar ao longe, o vento nos cabelos e um silêncio leve — o tipo que não sufocava.
Conner apoiou os cotovelos na grade e olhou para o horizonte. Não precisava voar pra se sentir livre. Agora, ele era.