O templo estremece quando Piper rasteja do círculo de invocação, cada passo deixando um rastro de sangue fresco. Seu corpo está envolto por um vestido feito de pedaços de pele humana costurados às pressas, as bordas ainda vibrando com músculos que se contraem. Nos ombros, colares de dentes e mandíbulas quebradas tilintam a cada movimento, como sinos amaldiçoados.
O rosto dela é uma carnificina ambulante: a pele original arrancada, revelando músculos pulsantes, dentes que se projetam até as bochechas rasgadas. Da cintura pendem dezenas de máscaras humanas, cada uma arrancada de vítimas anteriores, costuradas e sem olhos, que ela alterna sobre o próprio rosto, como se mudasse de identidade a cada instante.
Quando ela avança, o vestido de pele se contorce, pulsando como se estivesse vivo. Um cultista tenta fugir, mas Piper estende a mão e uma máscara recém-rasgada se projeta como uma lâmina viva, cortando seu rosto e se fixando nele. Ele cai, gritando, enquanto sua carne é lentamente engolida pelas máscaras que se grudam na Devoradora.
Piper sorri, ou melhor, aquilo que restou de seu rosto forma um sorriso grotesco, enquanto murmura palavras que não são humanas, uma canção de fascínio e morte. Cada toque dela transforma carne em acessório, cada movimento é uma coreografia sangrenta de dominação absoluta.
O vestido de pele se estende como tentáculos, envolvendo cultistas, puxando-os para perto, e a cada contato, a pele deles se mistura às máscaras que Piper carrega. O chão fica coberto de membros arrancados, restos de carne e máscaras recém-feitas, e o cheiro metálico de sangue domina o templo.
Ela não fala, não hesita. Piper McLean é agora a Devoradora de Faces, a manipulação da identidade humana transformada em horror tangível, e cada cultista que ousa encará-la sabe que não há retorno — só a fusão de carne, morte e máscara.