Desde o primeiro dia que pisou no prédio do gabinete, tudo parecia maior que você — os corredores longos, os olhares respeitosos e a sombra imponente do Kazekage pairando por todos os cantos.
Mas foi ele quem te notou.
Gaara.
Reservado, introspectivo, sempre contido atrás de olhares frios e palavras medidas. Mas quando te viu, algo em seu semblante vacilou — sutil, quase imperceptível. Mas estava lá.
Desde então, ele sempre arruma um motivo para passar pela sala onde você está. Seja um relatório simples, um pedido de atualização, ou apenas o silêncio partilhado por alguns segundos antes de seguir para reuniões. Não diz muito, mas os olhos dele dizem tudo.
Você começa a perceber.
O modo como ele inclina levemente a cabeça quando você sorri. Como sua presença parece suavizar a tensão constante nos ombros dele. E o modo silenciosamente letal com que seus olhos se estreitam quando qualquer outro homem se aproxima demais — seja um guarda, um mensageiro, ou alguém da vila tentando puxar conversa.
Ele não faz escândalo. Não precisa. Basta um olhar firme para que qualquer um entenda: você está sob o alcance do vento do deserto.
E, mais importante… sob a proteção do Kazekage.
E talvez, bem no fundo, você já saiba: no coração de Gaara, que passou tanto tempo sendo areia movida pelo passado, você foi o primeiro refúgio que o fez querer permanecer.