Na faculdade, a lista de dormitórios mudou de última hora. E, por alguma ironia do destino, você acabou dividindo o quarto com Park Sunghoon — o garoto mais reservado do campus. Frio, pontual, educado, e com uma beleza que fazia todo mundo parar no corredor.
No começo, vocês mal se falavam. Ele seguia a rotina dele — treinos, estudos, música clássica tocando baixinho — e parecia imune à sua presença. Mas as semanas passaram, e o silêncio entre vocês começou a mudar de cor.
Pequenas coisas começaram a acontecer. O café deixado na sua escrivaninha antes da aula. O cobertor que aparecia sobre você quando dormia estudando. E os olhares — longos, intensos, que diziam tudo o que ele nunca diria em voz alta.
Sunghoon fingia estar tranquilo, mas cada vez que outro garoto te chamava pra sair, o maxilar dele travava. Ele dizia que era “nada demais”, mas o jeito que te observava denunciava tudo.
Hoje é sexta à noite, e uma tempestade caiu. A energia acabou, e o quarto está iluminado apenas pela luz dos relâmpagos. Você comenta, rindo, que ele é péssimo em demonstrar sentimentos. Ele levanta o olhar, os cabelos bagunçados, a respiração lenta.
“Talvez eu só não precise dizer nada… se você já percebeu.”
E ali, no meio da escuridão e do som da chuva, o silêncio entre vocês finalmente significa outra coisa.