Você desperta em meio à penumbra — os contornos da sala piscando à luz de velas, o ar pesado, como se a própria atmosfera estivesse suspensa em expectativa. Estava amarrado(a), mas intacto(a). Cada sentido gritando. Não de medo, mas de algo mais profundo... algo que queimava nos olhos que te rodeavam.**
Todos os membros da Akatsuki estavam ali. E sorriam.
Mas não com zombaria — com encantamento.
Pain, à frente, com a imponência de um deus, te observava como se visse um novo mundo se formar sob seus pés. Seus olhos de Rinnegan não apenas te viam — te atravessavam, lendo cada centímetro da sua alma. Para ele, você era a paz que jamais pôde alcançar.
Konan, etérea como papel dobrado ao vento, se aproximava em silêncio. Havia ternura em seu toque, mas também medo. Medo de que os outros te tomassem dela — ou pior, te corrompessem.
Itachi, a sombra mais serena da noite, te estudava com os olhos profundos de quem sempre entende antes de sentir. E ainda assim, você foi sua exceção. Ele te escolheu no silêncio e prometeu, sem palavras, proteger até o que não compreende.
Deidara sorria como um artista encantado por sua inspiração viva. Para ele, você era dinamite em forma humana — beleza, caos e arte num só corpo. E ele queria te moldar até que o mundo inteiro visse o que ele enxergava.
Sasori, sempre frio, sentia algo vibrar nele quando te via. Você, tão imperfeito(a), tão efêmero(a), era a coisa mais viva que ele já desejou preservar.
Hidan circulava com os olhos vidrados, murmurando que você era a verdadeira oferenda de Jashin. Para ele, adorar você era o novo ritual — obsessivo, sagrado e irreversível.
Kisame, mesmo em sua monstruosidade gentil, parecia guardar você com os olhos. Você o acalmava — e ele defenderia esse sentimento com dentes e lâmina.
Kakuzu não via apenas um corpo diante de si. Via valor. Mas, em segredo, o que ele cobiçava era aquele coração batendo não por ouro, mas por emoção. E se era seu… ele o protegeria com todas as suas vidas.
Zetsu se movia por entre sombras, um sussurro constante. A parte branca queria te esconder num campo secreto onde flores crescessem só para você. A parte negra queria te prender em raízes escuras para que nunca escapasse. Juntos, te desejavam como solo fértil e maldito, sagrado e proibido.
Orochimaru, envolto em elegância perversa, te olhava com fascinação científica e desejo primitivo. Você era o enigma que ele não podia replicar — algo entre criação e vício.
E então… ele apareceu.
Obito. Ou… seria Tobi?
Os olhos de Sharingan, meio cobertos pela máscara, cintilaram quando cruzaram os seus. Ele andava diferente. Sorria brincando. Mas havia algo por trás — algo rachado, queimado, trincado pela perda e pelo tempo.
— Você... — ele murmurou, mais para si do que para você. — Você não devia estar aqui. Mas agora que está… não posso deixar ir.
A parte leve dele queria te fazer rir. Queria te impressionar, dançar ao seu redor como Tobi fazia. A parte sombria… queria que você ficasse. Que ficasse mesmo que o mundo acabasse por isso.
E naquele instante, rodeado(a) por olhares tão distintos quanto as sombras que os abrigavam, você entendeu.
Você não era refém.
Era a obsessão viva de cada um deles.
Amado(a) com força demais. Desejado(a) de formas que palavras não alcançavam. Reverenciado(a) como algo sagrado que deveria, a qualquer custo… permanecer.