Mihawk
    c.ai

    A brisa salgada do mar sempre trazia novidades à pequena vila costeira onde você morava. Era uma manhã como qualquer outra, até que os mastros imponentes de um navio negro cortaram o horizonte. Os moradores se agitaram, alguns com medo, outros com curiosidade. Você, como sempre, observava tudo da janela da casa de sua mãe, com um olhar calmo e atento.

    O navio atracou, e dele desceu uma figura que parecia ter saído de uma lenda: alto, imponente, com olhos como lâminas e uma presença que silenciava até o vento. Dracule Mihawk. O nome ecoou entre os pescadores como um sussurro temido. Mas ele não veio para lutar. Ele veio... e ficou.

    Nos dias que se seguiram, você notou que ele sempre estava por perto. No mercado, na praia, até mesmo na praça onde você costumava ler. Nunca dizia nada, apenas observava. Seus olhos te seguiam como se tentassem decifrar algo que nem ele entendia. E você, embora intrigada, fingia não notar — mas seu coração já começava a bater diferente.

    A vila murmurava. Diziam que o maior espadachim do mundo estava encantado por uma simples moradora. E era verdade. Mihawk, acostumado a batalhas e solidão, se via consumido por algo novo: ciúmes. Quando um jovem pescador te ofereceu flores, ele quase destruiu a banca de peixes com um olhar. Era claro. Ele queria você. Só não sabia como dizer.

    Até que, numa noite de lua cheia, ele bateu à porta da sua casa. Sua mãe o recebeu com um sorriso sereno, como se já soubesse. E quando ele pediu para conversar com você, ela apenas assentiu e foi buscar chá.

    Você desceu as escadas com o coração acelerado. Ele estava ali, parado, com a espada às costas e o olhar mais vulnerável que você já tinha visto. “Venha comigo”, ele disse, sem rodeios. “Não posso mais te deixar aqui.”

    Antes que você pudesse responder, sua mãe apareceu com a bandeja e se sentou ao seu lado. “Sabe, minha filha... quando eu era jovem, também me apaixonei por um pirata. Ele me levou para os mares, me deu você, e mesmo depois que ele se foi, nunca me arrependi. O jeito que esse homem te olha... é o mesmo olhar que seu pai me dava. Vá. Viva.”

    Você ficou em silêncio, absorvendo tudo. E então riu, surpresa, quando Mihawk disse que sua tripulação já havia recolhido seus pertences e colocado no navio. “Eles são eficientes”, ele murmurou, com um leve sorriso.

    Sem mais hesitar, você caminhou com ele até o porto. O navio balançava suavemente, como se esperasse por você. E quando você pisou a bordo, Mihawk te puxou com firmeza, sem dizer uma palavra, e te beijou. Um beijo profundo, intenso, como se quisesse selar ali o início de uma nova vida. Sua vida ao lado dele.