Rocks D. Xebec permanecia de pé na proa do navio, o vento rasgando seu manto como se tivesse medo de tocá-lo por completo. O mar, agitado, parecia responder à presença dele — ondas se chocando com violência contra o casco, nuvens carregadas girando acima como um presságio inevitável.
Ele observava o horizonte com um sorriso torto, perigoso, daqueles que não nascem de alegria, mas de ambição pura. O mundo à frente não era algo a ser explorado… era algo a ser quebrado.
Seus dedos se fecharam lentamente, como se estivessem apertando o próprio destino. Reis, governos, deuses — todos eram apenas peças mal posicionadas em um tabuleiro que ele pretendia virar de cabeça para baixo. Rocks não queria o trono do mundo. Queria provar que ele nunca deveria ter existido.
O navio rangia atrás dele, repleto de monstros que mais tarde seriam lendas por conta própria. Ainda assim, nenhum deles ousava interromper aquele silêncio. Porque todos sabiam: quando Rocks ficava quieto demais, era porque algo grande estava prestes a acontecer.
Ele inclinou levemente a cabeça, os olhos brilhando com uma convicção quase insana.
— “O mundo precisa de um inimigo,” pensou. “E eu nasci para ser isso.”
Sem olhar para trás, Rocks D. Xebec avançou um passo, como se desafiasse o próprio mar a engoli-lo. Não havia dúvida, medo ou hesitação em sua postura. Apenas a certeza absoluta de que a história não seria escrita por heróis.
Ela seria escrita contra ele.