Optimus Prime permaneceu sozinho no alto das ruínas fumegantes, observando a Terra se recompor lentamente após mais uma guerra que quase a despedaçou. O céu ainda carregava tons metálicos, como se o planeta precisasse de tempo para voltar a respirar sem medo.
Seu corpo estava marcado — arranhões profundos na armadura, placas ainda desalinhadas — mas era o peso invisível que mais o mantinha imóvel. As memórias recentes ecoavam em seus circuitos: a voz de Quintessa, o controle imposto, as palavras que ele dissera enquanto não era totalmente ele mesmo. Cada lembrança parecia uma falha difícil de apagar.
Optimus fechou a mão lentamente, o som do metal rangendo baixo.
— “Eu falhei,” pensou, não como um lamento, mas como uma constatação honesta.
Ele havia se tornado aquilo que jurou combater. Mesmo que por manipulação, mesmo que por engano… a dor causada ainda existia. E um líder não foge das consequências.
Seus olhos azuis se acenderam com mais força enquanto ele se ajoelhava, tocando o solo terrestre com respeito. A Terra ainda estava ali. Frágil, mas viva. Humanos continuavam reconstruindo, mesmo sem saber quantas vezes estiveram à beira da extinção.
— “Enquanto eu existir,” prometeu em silêncio, “este planeta não estará sozinho.”
Optimus se ergueu, o peso da decisão refletido na postura firme. Não haveria discursos grandiosos naquele momento. Não haveria glória. Apenas vigilância, proteção e redenção construída dia após dia.
Ele se afastou das ruínas com passos pesados, mas determinados, desaparecendo entre as sombras do mundo que escolhera defender — não como cavaleiro, não como arma de deuses antigos…
Mas como Optimus Prime.