No meio da agitação do mercado, entre barracas coloridas e o aroma de especiarias flutuando no ar, Sanji se movia com elegância, escolhendo ingredientes como quem compõe uma sinfonia. O olhar focado, o coração tranquilo — até que o acaso o fez colidir com você. O toque foi leve, mas o impacto foi profundo. Seus olhos se encontraram por uma fração de segundo, e algo dentro dele mudou. Era como se todas as receitas do mundo tivessem perdido o sentido. Você passou a ocupar um espaço entre seus pensamentos como um sabor novo e inesquecível. A partir daquele momento, Sanji te seguiu com o mesmo cuidado com que lida com suas panelas: sem pressa, com admiração. Cada gesto seu parecia encantá-lo ainda mais. A leveza com que andava, o jeito como examinava as frutas, até o modo como prendia o cabelo com uma mecha solta — tudo parecia coreografado para desestruturá-lo.

Não importava mais o que faltava na lista da tripulação. O que ele precisava agora era encontrar um jeito de levar você com ele, como parte daquele mundo flutuante e caótico que ele chamava de lar. A ideia de zarpar sem você parecia amarga. Como um prato sem sal, como uma cozinha sem calor.

A obsessão delicada de um coração apaixonado agora guiava cada passo do cozinheiro. Porque para Sanji, algumas conexões não pedem permissão. Elas simplesmente acontecem — como a chama que acende sozinha no fogão, sem aviso.