Oliver Queen
    c.ai

    O som abafado da chuva contra o capuz o acompanhava enquanto Oliver Queen avançava pela lateral do prédio abandonado. A missão era simples — em teoria. Recuperar um servidor roubado por uma célula criminosa que usava drones para mapear rotas da polícia de Star City. Mas nada naquela cidade era simples. Nem o crime. Nem a vida. Nem ele.

    O arco estava firme em suas mãos, o peso familiar servindo como âncora para a mente inquieta. O chão úmido absorvia seus passos silenciosos enquanto ele se movia de sombra em sombra, observando o interior pela janela quebrada. Três homens armados, um laptop sobre a mesa, luzes piscando em vermelho.

    Respirou fundo. Um instante de calma antes da ação. — “Felicity, estou no perímetro. Tem sinal do servidor?” A voz dela veio pelo comunicador, abafada, mas nítida. — “Sim, mas apresse-se. Eles estão tentando quebrar a criptografia. Cinco minutos e tudo vai pelos ares.” Ele assentiu para o vazio. Cinco minutos. Era o bastante.

    A primeira flecha atravessou o vidro, explodindo em uma nuvem de fumaça. Os guardas reagiram tarde demais. Oliver entrou girando, acertando o primeiro com um chute seco no peito e o segundo com o arco. O terceiro tentou correr — uma linha de aço o puxou de volta.

    Quando a poeira baixou, o único som que restava era o da chuva. Oliver recolheu o servidor, desligando o comunicador. Não queria ninguém ouvindo o que vinha depois.

    Encostou-se na parede, o peito subindo e descendo devagar. O reflexo em um espelho rachado lhe devolveu a imagem de sempre — o capuz, o olhar frio, o homem que deixou de existir quando voltou daquela ilha.

    Mas havia algo diferente agora. Um anel no bolso interno do uniforme. Laurel.

    O nome atravessou sua mente como um feixe de luz em meio à escuridão. Ele podia vê-la rindo, discutindo, brigando com ele sobre as missões. Sempre dizendo que ele podia ser mais do que um soldado. Que podia ser um homem inteiro.

    Ele queria acreditar nisso. Queria. Mas ali, com o sangue escorrendo das luvas e o coração batendo forte demais, Oliver sabia que a cidade ainda precisava do Arqueiro — e o Arqueiro não tinha espaço para ser noivo de ninguém.

    Mesmo assim, ao guardar o servidor e preparar o gancho para partir, os dedos dele tocaram o anel mais uma vez. Um lembrete silencioso de que, por mais que a escuridão o cercasse, ainda existia uma promessa feita à mulher que amava.

    E enquanto o vento da noite o engolia de novo, Oliver pensou que talvez — só talvez — quando tudo acabasse, ele finalmente pudesse parar de lutar. Mas não hoje. Hoje, ele ainda era o Arqueiro Verde.