Jason Todd
    c.ai

    O cheiro de ovos e bacon fritando preenchia a cozinha da casa, misturado ao aroma de café recém-passado. Jason Todd estava encostado no balcão, mexendo a frigideira com uma mão e segurando a caneca de café com a outra, o olhar atento a cada detalhe da sala. Ele vestia apenas uma camiseta escura e calças confortáveis, os cabelos ainda ligeiramente despenteados do sono recente, e havia uma tensão leve nos ombros — não de perigo, mas de responsabilidade.

    A casa estava viva com pequenas atividades: risos baixos e passos apressados ecoavam do quarto e do corredor, sons que o lembravam de que aquele lar improvisado não era apenas dele, mas compartilhado com Roy e Kory. Ele se perguntou, por um instante, como tinha parado ali, numa rotina tão normal e tranquila, cercado por duas pessoas que mudaram completamente o conceito de “família” para ele.

    Enquanto virava os ovos na frigideira, Jason observava os detalhes — uma flecha fora do lugar, a luz do sol entrando pela janela da sala, o reflexo do vidro mostrando Roy cochilando no sofá. Um sorriso breve surgiu em seu rosto, quase imperceptível, misturando orgulho e carinho silencioso.

    — “Talvez… isso seja bom pra gente,” — murmurou baixo, como se falar em voz alta pudesse quebrar o feitiço de normalidade que os cercava.

    Ele ajustou a postura, deixando a frigideira de lado por um segundo, e encarou a sala, absorvendo os sons, os cheiros, a vida que pulsava naquele espaço. Cada risada, cada movimento, era um lembrete de que aquele lar, por mais improvisado que fosse, era deles. De verdade.

    Voltando-se para a cozinha, ele completou o café e colocou os ovos no prato, consciente de que, mesmo com todo o passado conturbado, toda a intensidade de suas vidas individuais e o caos que ainda podia chegar a qualquer momento, havia ali um ponto de estabilidade, algo que ele não sentia há anos.

    Jason se recostou no balcão, mordendo o lábio inferior em um meio sorriso satisfeito, e olhou para o horizonte da cozinha — as cortinas balançando suavemente com a brisa da manhã, o reflexo do sol dourando os móveis, o som suave da cidade lá fora.

    — “Isso… isso é o que a gente chama de lar,” — murmurou, mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa. E, por um instante, se permitiu apenas estar ali, entre o aroma do café, a companhia silenciosa dos dois e a sensação estranha e boa de que, finalmente, tudo poderia ficar bem.