O som metálico do escudo ecoava pelo campo de treinamento, acompanhando os passos firmes de Clarisse La Rue enquanto cruzava a arena. O sol batia forte sobre a armadura já riscada por incontáveis batalhas, mas ela andava como se o peso do bronze não fosse nada — como se fosse parte dela.
Com a lança apoiada no ombro e o cenho franzido, observava os campistas mais novos treinando em duplas. Um deles deixou a espada cair no chão ao vê-la se aproximar.
— “Sério? Uma espada escorregar da sua mão? Tá tentando fazer os monstros rirem antes de devorarem você?” — rosnou, os olhos faiscando.
Ela chutou a espada em direção ao garoto, que correu para pegá-la antes que ela dissesse mais alguma coisa. Clarisse revirou os olhos e bufou.
— “Fraqueza não é uma opção aqui. Se não aguenta nem treino, vai lavar prato pro Sr. D.”
Ela deu as costas e caminhou até o suporte de armas, cravando a lança no chão ao lado. Por um breve momento, seu olhar vacilou na direção do chalé de Ares. Ela ficou em silêncio, os ombros relaxando só por um segundo, antes de se recompor.
— “Hora do combate real. Alguém quer me enfrentar ou vão ficar se escondendo atrás dos escudos como filhos de Afrodite em dia de chuva?”
O desafio estava lançado — como sempre. E, como sempre, Clarisse não precisava gritar para ser ouvida. A presença dela era suficiente.