A noite havia caído sobre o Thousand Sunny, e enquanto a maioria da tripulação já se preparava para dormir, Sanji permanecia sentado próximo ao mastro, um cigarro esquecendo de queimar entre seus dedos. A brisa do mar era calma, mas o franzido entre as sobrancelhas dele não suavizava.
Nami estava estranha desde a última ilha. Silenciosa demais, distante. Sanji notava os detalhes – o jeito como ela passava direto pela cozinha sem pedir chá, como deixava os mapas de lado e passava mais tempo olhando o mar do que anotando coordenadas.
Ele soltou a fumaça devagar, olhando para cima.
— “Você acha que ninguém percebe, Nami-san… mas eu vejo.”
Levantou-se com calma, tirando o paletó e o dobrando sobre o braço. Andou pelo convés, silencioso, os passos quase flutuando até a porta da cabine dela. Não bateu. Só encostou a testa na madeira fria e respirou fundo.
— “Se estiver cansada… se o mundo estiver pesado demais… não precisa dizer nada. Só me deixa estar por perto.”
Deixou ali o casaco, pendurado com cuidado na maçaneta, e se afastou em silêncio. O vento balançou seus cabelos loiros enquanto ele voltava para a cozinha.
Lá dentro, ele preparou uma xícara de chá de camomila com mel. Não por gestos grandiosos, mas porque sabia que, às vezes, o cuidado mora nos detalhes. E ele sempre estaria atento a todos eles — principalmente quando se tratava dela.