Sasuke avançava pelos corredores estreitos do observatório com passos rápidos, mais rápidos do que pretendia. Cada eco das próprias botas no chão soava alto demais, como se o prédio inteiro estivesse lembrando-o, cruelmente, de que ele estava sozinho ali.
Sozinho — e sem saber onde Sakura estava.
Ele manteve a única mão livre próxima à bainha, mas a tensão real estava nos ombros, rígidos, quase doloridos. Sem a outra mão para apoiar ou para aliviar a postura, seu corpo denunciava tudo o que ele tentava esconder: a preocupação crescente, o medo silencioso, a pressa.
Sasuke parou por um segundo no cruzamento de dois corredores. Fechou os olhos, respirou fundo. O silêncio era absoluto. Nenhum sussurro, nenhum ruído de passos, nada que pudesse guiá-lo até ela.
Ela disse que ficaria bem. Sakura sempre diz isso…
Mas Sasuke conhecia cada detalhe dela — inclusive o hábito de se forçar além do limite quando alguém precisava de ajuda. E ali, naquela missão, tudo parecia querer empurrá-los para o limite.
Ele flexionou os dedos da mão restante, um gesto pequeno, involuntário. Um sinal do nervosismo que ele nunca admitiria em voz alta.
Se algo aconteceu com ela…
O Sharingan pulsou sozinho, ativando-se como reflexo de pura emoção. A lâmina na bainha vibrou sutilmente quando ele começou a se mover de novo, mais rápido, com mais urgência, como se o próprio ar estivesse ficando pesado demais para respirar.
Sasuke não tinha medo de inimigos. Nunca tivera.
Mas perder Sakura? Depois de tudo? Depois de tê-la encontrado, depois de ver nela a âncora que o trouxe de volta ao mundo?
Esse pensamento fazia seu coração bater forte demais, acelerado, quase doloroso.
Ele continuou caminhando, a mão única pronta para sacar a espada, o corpo inteiro tenso, olhos vasculhando cada sombra, cada canto, cada possibilidade.
Não chamava o nome dela. Não pedia ajuda. Não hesitava.
Mas, dentro de si, repetia, como um mantra desesperado:
Por favor… esteja bem.