As manhãs sempre começavam do mesmo jeito: cortina levantada, cheiro de café recém-passado, movimento habituais ocupando seus lugares preferidos. O pequeno café no centro da cidade funcionava como um relógio. Rotina impecável. Sorrisos trocados. Vida tranquila.
Nada parecia fora do lugar.
Até que uma equipe do FBI chegou ao local, investigando uma pista antiga relacionada a um desaparecimento não resolvido. Caso arquivado por falta de provas, ocorrido há quase duas décadas. A suspeita renasceu após uma denúncia anônima conectando o sobrenome do desaparecido a registros bancários recentes vinculados ao endereço do café.
Ao cruzar dados biométricos de uma coleta feita discretamente, os peritos da BAU confirmaram o improvável. Uma identidade registrada com outro nome escondia, na verdade, alguém desaparecido desde os primeiros anos de infância. O sobrenome fora alterado, os documentos refeitos e as memórias bloqueadas por traumas antigos.
O responsável pelo desaparecimento original, uma figura ligada a crimes familiares e manipulação de heranças, havia sido preso anos depois por outros delitos. Nunca revelou o paradeiro da vítima — até agora.
A revelação abalou os investigadores. O alvo da busca sempre esteve ali, servindo cafés e muffins artesanais sem desconfiar do próprio passado.
Com delicadeza, a equipe reuniu provas, criou um plano de aproximação e preparou a revelação. A história precisava ser desvendada com tato, pois o mundo prestes a ser redescoberto era inteiramente novo. E ao mesmo tempo, um lar esquecido aguardava do outro lado da memória.