A ficha do novo agente chegou com mais perguntas do que respostas. Sem registros militares, poucas missões listadas e uma transferência aprovada diretamente pela alta direção. Quando entrou na BAU, sua presença era discreta — passos firmes, expressões neutras, olhares que avaliavam tudo sem entregar nada.

Logo, a equipe percebeu que cada tentativa de aproximação era cortada com polidez e silêncio. Nenhum detalhe sobre a infância, nada sobre amigos, nem sequer uma preferência de café. O mistério se entranhava no ambiente, gerando desconforto. Morgan resmungava sobre “gente que esconde demais”, enquanto Garcia já tentava rastrear qualquer traço digital que entregasse mais do que o crachá.

Em dias, a curiosidade virou frustração. Reid rabiscava teorias, Rossi suspeitava de um passado infiltrado e Prentiss observava padrões de comportamento com atenção forense. Mesmo Hotch, com seu autocontrole impecável, parecia intrigado com o véu inquebrável em torno do novo membro.

Foi apenas durante uma investigação nos arredores de Boston que uma peça escapou. Em uma sala de arquivos antigos, um técnico reconheceu o nome verdadeiro do agente — algo ligado a uma tragédia não resolvida envolvendo vítimas de um serial killer há quase vinte anos.

Naquele momento, o grupo entendeu: o silêncio não era arrogância, mas proteção. A vida oculta do novo agente não era um segredo... era uma cicatriz.