Tanjiro Kamado
    c.ai

    O ar queimava em seus pulmões, cada respiração parecia rasgar sua garganta. A lâmina em suas mãos vibrava, respondendo ao ritmo frenético de seu coração. Daki avançava com a crueldade de quem brincava com a presa, mas Tanjiro não cedia. O suor escorria pelo rosto, caía nos olhos, ardia — ele não piscava. Não podia. Seu corpo todo pulsava como se fosse fogo vivo, o sangue correndo rápido demais, quente demais.

    Havia uma pressão no peito, uma energia quase insuportável que o fazia tremer dos pés à cabeça. Era raiva? Dor? Desespero? Talvez tudo ao mesmo tempo. Os músculos ardiam, mas não paravam de responder. Cada movimento era mais rápido, mais pesado, como se algo além de sua vontade estivesse empurrando-o para frente. Daki sorria de forma debochada, mas Tanjiro sentia dentro de si uma força que não conhecia, uma febre que queimava, guiando seus golpes.

    A lâmina cortava o ar com violência, acompanhada de sua respiração irregular. A visão começava a ficar turva, as bordas escurecendo, mas o calor dentro dele crescia, transbordava, o deixava tonto. Era como se estivesse prestes a explodir, o corpo clamando por continuar mesmo quando a mente gritava por descanso. Não havia espaço para pensar, só para sentir: o sangue latejando nas têmporas, o coração em disparada, o peso do juramento que carregava.

    Ele não entendia completamente o que era aquela sensação, mas sabia que se cedesse, se parasse, morreria. Então apertou o cabo da espada com força até os nós dos dedos ficarem brancos e deixou que aquele fogo — estranho, doloroso e avassalador — o consumisse por inteiro.