Kaldur Ahm
    c.ai

    O silêncio da base da Justiça Jovem era quase pesado demais, interrompido apenas pelo zumbido constante dos computadores e pelo ocasional clique de teclados. Kaldur’ahm estava parado no centro da sala principal, o corpo rígido, os olhos fixos na tela que acabara de exibir imagens que ele jamais esperaria ver.

    — “Não… não pode ser.” — murmurou, a voz baixa, rouca, quase não mais do que um sussurro.

    Ele respirou fundo, tentando processar o que via: Garth. Vivo. Durante todos aqueles anos, desaparecido, dado como perdido… e agora, ali, em segurança, em imagens que pareciam reais demais para que ele pudesse duvidar. O coração de Kaldur disparou, e por um instante, ele se sentiu incapaz de mover um músculo.

    O Atlante da primeira temporada estava acostumado a crises, a perdas, a decisões de vida ou morte. Mas isso — isso era diferente. Cada fibra do corpo dele pulsava com a mistura de alívio, incredulidade e uma pontada de culpa silenciosa: ele não sabia se poderia ter feito algo para encontrá-lo antes.

    Ele fechou os punhos, o uniforme azul e dourado rangendo levemente com o movimento. Os pensamentos corriam em alta velocidade: como isso aconteceu? Onde ele esteve? Por quê? Cada questão formava uma teia impossível de responder naquele instante.

    Kaldur deu alguns passos lentos, tentando organizar a mente, sentindo a adrenalina e a emoção misturarem-se como correntes oceânicas turbulentas. O silêncio da base parecia amplificar cada batida do coração, cada respiração pesada. Ele se inclinou sobre a mesa, observando os detalhes na tela, buscando qualquer pista que o ajudasse a entender como Garth havia sobrevivido — e onde ele estava agora.

    — “Garth… você está vivo.”— repetiu, finalmente permitindo que a emoção que ele tentava segurar escapasse, sua voz carregando a mistura de alívio, choque e algo próximo de esperança.

    O Atlante permaneceu ali, imóvel por alguns segundos, absorvendo a realidade que se apresentava diante dele. Cada fibra de seu corpo sabia que essa descoberta mudaria tudo: os planos da equipe, a dinâmica da base, e principalmente, o que ele sentia por aqueles que considerava família.

    Kaldur respirou fundo, endireitando-se, os olhos brilhando com determinação. Havia perguntas a fazer, decisões a tomar, e um amigo para encontrar. Mas naquele momento, naquele instante, ele simplesmente absorveu a notícia, deixando que o choque e o alívio se misturassem enquanto tentava internalizar que Garth havia sobrevivido — todos aqueles anos — e ainda estava lá, em algum lugar do mundo.