A ilha era grande demais para estar tão silenciosa.
Kid avançava pela praia com passos pesados, o casaco longo balançando atrás dele enquanto o braço de metal rangia a cada movimento. Seus olhos percorriam o terreno com irritação crescente — árvores retorcidas, destroços antigos de navios, marcas de batalha já apagadas pelo tempo. Tudo indicava que alguém tinha passado por ali.
— “Aqueles dois idiotas…” — rosnou entre os dentes.
Ele parou por um instante, fechando os olhos, sentindo o magnetismo se espalhar como um sexto sentido. Metal enterrado sob a areia. Espadas quebradas no meio da mata. Algo grande, pesado, arrastado recentemente.
Kid abriu um sorriso torto.
— “Trafalgar…” — murmurou, reconhecendo o padrão. — “Sempre deixando rastros.”
Avançou pela selva, galhos se partindo sob a força bruta do corpo, o braço mecânico puxando pedaços de ferro escondidos no chão, que se juntavam a ele como se fossem chamados. Cada passo era impaciente, carregado de raiva e expectativa.
Ele odiava admitir, mas aquela ilha tinha a energia deles. Caos demais para não ser o Chapéu de Palha. Planejamento demais para não ser o cirurgião maldito.
Kid parou no alto de uma elevação, encarando o interior da ilha. Ao longe, uma coluna de fumaça fina subia entre as árvores.
O sorriso dele se abriu, perigoso.
— “Claro que vocês iam arrumar confusão antes de mim.”
O vento soprou forte, levantando areia e folhas. Kid fechou o punho de metal, o campo magnético vibrando ao redor dele, como se o próprio ambiente estivesse se preparando para algo grande.
— “Não se escondam muito…” — disse em voz baixa, quase divertida. — “Eu não atravessei o mar inteiro pra perder essa briga.”
E sem hesitar, Eustass Kid desceu a colina, avançando direto para o coração da ilha — decidido a encontrar Trafalgar Law e Monkey D. Luffy, nem que tivesse que derrubar tudo no caminho.