Erik
    c.ai

    O corredor da base estava mergulhado em sombras, os feixes de luz das lâmpadas piscando de forma irregular, lançando reflexos metálicos que dançavam nas paredes. Erik Lehnsherr avançava lentamente, cada passo calculado, os dedos leves tocando superfícies de metal próximas. Pequenos objetos vibravam, dobrando-se levemente, obedecendo à sua vontade silenciosa. Ele não precisava se mover rápido — cada centímetro ao redor respondia antes mesmo de ele pensar.

    Rogue estava ali, no centro da sala, tentando manter o corpo firme, mas ele podia sentir a hesitação dela como se fosse própria. Um leve tremor nos ombros, os olhos que buscavam apoio em qualquer coisa — até mesmo em pedaços de metal que ele manipulava sutilmente para distraí-la. Um fio de tensão que ele iria puxar até o limite.

    Erik se aproximou em passos deliberados, mas não falou ainda. Não precisava. Cada centímetro que percorria aumentava a pressão. Rogue sentiu a presença dele antes mesmo de ouvir a voz, o ar se tornando mais pesado, carregado de uma eletricidade invisível que a fazia recuar inconscientemente.

    — “Você não precisa lutar contra mim…” — murmurou ele, a voz baixa, calma, mas impregnada de comando. — “…mas por que resiste?”

    Com um gesto mínimo, ele moveu um pedaço de ferro no chão, perto do pé dela. Rogue recuou, sentindo o metal quase “vibrar” sob o peso da vontade dele. Erik sorriu levemente, satisfeito. Cada reação dela confirmava que ele estava no controle. Ele podia sondar a mente dela, encontrar as fissuras, os medos, os desejos que ela nem sabia que tinha.

    Ele se aproximou mais, e o ar entre os dois parecia dobrar-se. Pequenos objetos começaram a levitar — uma colher, um livro, um pedaço de metal retorcido — como se dançassem a seu comando. Ele deixou que Rogue os percebesse, que sentisse a força de sua manipulação sem nunca tocar nela diretamente. Um teste psicológico silencioso, lento e esmagador.

    — “Você quer se proteger… mas não de mim. Não é isso que seu coração diz, não é mesmo?” — murmurou, cada palavra medida, cada sílaba calibrada para penetrar nos pensamentos dela. Ele podia sentir a confusão crescer dentro dela: a vontade de resistir, a curiosidade, o fascínio. Tudo misturado como fogo e óleo.

    Rogue respirou fundo, tentando se afastar, mas o espaço parecia encolher. Cada metal, cada partícula no ar parecia guiada por ele, criando um labirinto invisível do qual ela não podia escapar. Erik inclinou a cabeça, observando cada microexpressão: os olhos que se arregalavam, os lábios que tremiam, o corpo que ficava rígido sem que ela percebesse. Ele estava perto do ponto que queria — quando a mente dela começaria a ceder, quando ela finalmente sentiria que resistir era inútil.

    — “Você vai aceitar… cedo ou tarde, você sempre aceita.” — a voz dele agora era quase um sussurro na mente dela, tão próxima que parecia falar dentro da própria cabeça dela. — “Não é ódio, nem ameaça. É inevitabilidade. E você sente isso… sabe que é verdade.”

    O sorriso de Erik se alargou, frio, calculista, enquanto as peças metálicas continuavam a flutuar ao redor deles. Ele não precisava de força bruta — aquela manipulação lenta, psicológica, estava quase completa. Rogue estava no limite, prestes a dobrar-se à vontade dele, e ele observava cada segundo com paciência absoluta.

    O corredor escuro parecia pulsar com a presença dele, e Erik sabia que, quando finalmente soltasse a pressão, Rogue não se curvaria apenas por medo. Ela cederia porque ele a havia levado até esse ponto de forma invisível, elegante e inexorável. Ele era mestre do metal, mas acima de tudo, mestre da mente.

    — “Respire, Rogue… e aceite que isso é o que você precisa entender.” — murmurou, deixando o som da voz pairar no ar, enquanto a sala inteira parecia se moldar à vontade dele.

    E, naquele instante, ninguém mais existia além dele e do jogo silencioso que estava vencendo, peça por peça.