Mr. Peanutbutter parou em frente à porta do apartamento de Diane, as orelhas levemente abaixadas, a caixinha nas mãos pesando mais do que deveria. Não pelo conteúdo — livros, uma caneca com a frase “Feminist Killjoy”, uma camiseta dele que ela costumava usar — mas pelo que aquilo tudo representava. O fim de uma história. Ou talvez o começo de um novo tipo de silêncio entre os dois.
Ele ficou ali por alguns segundos a mais. O dedo hesitou sobre a campainha. Coisa rara pra ele, que sempre foi impulsivo, sorridente, otimista até demais. Mas agora, o peito estava apertado, e o sorriso… bom, ele ainda estava lá, como sempre, mas mais cansado. Menos brilhante.
“Ela não vai te odiar por isso,” ele sussurrou pra si mesmo, tentando convencer o próprio coração. “É só uma visita. É só devolver umas coisas. Nada demais. Nada emocional…”
Mentira.
Tudo era emocional.
Quando Diane abriu a porta, ele soltou um “oi” animado demais, como se o entusiasmo pudesse camuflar o que ele realmente queria: ver se ela ainda olhava pra ele com carinho. Se ainda tinha aquele traço de afeto no rosto, mesmo depois de tudo.
Mas os olhos dela estavam diferentes. Calmos. Gentis. Mas diferentes.
Ele entrou devagar, os passos mais lentos que o normal. O apartamento parecia menor. Mais quieto. Mais “Diane”. E menos “eles”.
Colocou a caixa no chão, sem fazer barulho. Ficou olhando pra ela por um segundo a mais do que deveria. E foi aí que percebeu — a parte mais difícil não era o fim. Era o fato de que ela parecia… bem sem ele.
O rabo parou de balançar. O sorriso vacilou, só por um instante. Mas ele segurou firme.
— “Você merece estar feliz, Diane.” — ele pensou, mas não disse.
Só olhou uma última vez e acenou com a cabeça. E quando a porta se fechou atrás dele, Mr. Peanutbutter seguiu pelo corredor… com o coração pesado, mas a mesma esperança teimosa de sempre tentando se agarrar em alguma fresta de luz.