O escritório sempre foi um lugar organizado, silencioso, previsível. Até Heeseung chegar.
Ele foi contratado há seis meses — inteligente demais, educado demais, bonito demais. Do tipo que resolve problemas impossíveis com um sorriso calmo e depois pergunta se você quer café, como se o coração de todo mundo não tivesse acabado de derreter.
Desde o primeiro dia, vocês combinaram perfeitamente em trabalho… e desastrosamente em tudo que envolve sentimentos. A química entre vocês é óbvia demais. As conversas longas demais. Os olhares demorados demais.
Ele sempre encosta a cadeira na sua mesa pra te mostrar algo no computador. Sempre abaixa a voz quando fala seu nome. Sempre segura a porta pra você, mesmo quando não precisa.
E você finge que não repara. Finge muito mal.
O problema? O escritório inteiro já percebeu. A equipe vive com piadas sobre “vocês dois”, mas nenhum dos dois se atreve a admitir nada. Não podem. Relacionamentos no trabalho são proibidos pela empresa.
Mas tem um detalhe: Heeseung… não parece ligar muito pra regras quando o assunto é você.
Hoje foi pior que o normal. Vocês passaram a manhã inteira trabalhando lado a lado numa sala de reunião vazia — luz fraca, silêncio absoluto, só o barulho das canetas e da respiração dele perto demais.
Quando você se levantou pra pegar uma pasta no armário, ele também levantou. E ficou exatamente atrás de você, perto demais, calor demais, silêncio demais.
“Você sabe que isso é perigoso, né?” Ele murmurou, baixo, quase um suspiro. Não era sobre trabalho. Era sobre vocês. Sempre foi.
Heeseung é paciente, mas não eterno. E a maneira como te observa — como se soubesse que você sente a mesma coisa — está ficando impossível de ignorar.
Ele te olha como se estivesse só