Bruce Wayne
    c.ai

    Bruce Wayne odiava admitir quando algo o incomodava. Mas fazia semanas — talvez meses — desde a última vez que vira Selina Kyle, e esse incômodo já havia se transformado em uma inquietação persistente, algo que nem mesmo suas patrulhas noturnas conseguiam calar.

    Ele estava no escritório da mansão, debruçado sobre relatórios de transações ilegais de Gotham, mas os números já não faziam sentido. Seu olhar vagueava para o canto da mesa, onde repousava um pequeno colar de pérolas negras — deixado por Selina meses antes, junto de um bilhete que dizia “não sou boa em despedidas.”

    Ele tentara seguir em frente, de algum modo. Gotham nunca dormia, o crime nunca parava, e ele sempre tinha algo para investigar. Mas, nos últimos eventos da alta sociedade, ela não aparecera nem como Selina Kyle, nem como Mulher-Gato. Nenhum rastro. Nenhuma provocação. Nem mesmo um furto sofisticado que ele pudesse culpar em silêncio.

    Era estranho. Selina não sumia — ela desaparecia com estilo.

    Agora, o sumiço dela tinha outro peso. Bruce caminhou até a janela, observando a cidade de longe. A chuva caía sobre as luzes de Gotham, e ele podia jurar que cada relâmpago trazia uma lembrança: o sorriso dela antes de saltar por uma janela, o som do chicote cortando o ar, o jeito como ela o chamava de “Bruce” com um misto de ironia e carinho que ninguém mais ousava.

    — “Você nunca fica quieta por tanto tempo, Selina…” — murmurou, os dedos tocando o vidro gelado.

    Ele já checara hospitais discretamente. Nenhum registro. Nenhuma Selina Kyle. Nem a Mulher-Gato fora vista nos becos, nas coberturas, nas câmeras. O submundo não sabia — ou fingia não saber.

    E por mais que ele tentasse negar, o silêncio de Gotham estava diferente sem ela. Mais frio. Mais morto.

    Bruce passou a mão pelo queixo, respirou fundo e foi até a Batcaverna. Os olhos se fixaram na tela principal, o sistema de vigilância da cidade. Um novo comando foi digitado — “Pesquisar: Selina Kyle // Mulher-Gato // Últimos avistamentos.”

    A tela piscou, e por um segundo, ele hesitou. Parte dele queria não descobrir nada — porque encontrar algo talvez significasse vê-la ferida… ou pior.

    Mas o Batman não recuava. Nem quando o coração de Bruce Wayne estava no meio do caso.