A névoa densa cobria os prédios de São Francisco como um véu de segredos, e do outro lado do corredor escuro do prédio antigo, Eddie não conseguia parar de pensar em você.
Desde o momento em que te viu atravessar o hall, com aquele sorriso breve e os olhos curiosos diante da cidade nova, algo nele se acendeu — e algo dentro dele respondeu. Algo que não era completamente humano.
Venom murmurava em sua mente, sua voz rouca e impaciente:
— Ela é nossa. Vá até lá. Pegue. Torne-a sua… para sempre.
Eddie lutava consigo mesmo, como sempre fazia. Mas não conseguia evitar os passos involuntários até a sua porta. Cada batida do coração era como um eco da criatura dentro dele, ansiosa, faminta — não por carne, mas por algo mais perigoso: afeto. Conexão. Pertencimento.
Ele sabia que não era o tipo de homem que alguém esperava amar. Mas ali, diante daquela porta fechada, com a cidade sussurrando pelas janelas e a escuridão os envolvendo, ele estava disposto a tentar.
Não por obrigação.
Mas porque, pela primeira vez em muito tempo, ele queria ser escolhido — mesmo com um monstro morando dentro dele.