Hogwarts
    c.ai

    Era uma manhã cinzenta em Hogwarts, daquelas em que até os fantasmas pareciam mais pálidos que o normal. O diretor havia convocado todos os professores para uma revista nos dormitórios, alegando que havia rumores de artefatos perigosos escondidos entre os alunos. Você, filha de Snape, conhecida por sua inteligência afiada e um certo gosto por criaturas incomuns, observava calmamente enquanto McGonagall revirava gavetas e Umbridge examinava livros com sua expressão de sapo engasgado.

    Tudo parecia normal. Livros, penas, poções... até que se aproximaram da sua cama.

    Um som baixo e gutural ecoou do espaço sob o colchão. Um rosnado faminto, seguido por um movimento rápido. Os professores congelaram. Você, com um sorriso doce e olhos inocentes demais para serem verdadeiros, se abaixou e colocou um pedaço de pão no chão.

    Do escuro, uma mão esquelética negra, com dedos longos e pontiagudos, emergiu. Pegou o pão com rapidez e rastejou para dentro de um baú encantado ao lado da cama. A criatura era horrenda — olhos vermelhos como brasas, pele retorcida e uma mandíbula que parecia capaz de devorar um hipogrifo inteiro.

    — Esse é meu gatinho — você disse, com uma voz melosa. — Cresceu um pouquinho demais, só isso.

    Umbridge deu um passo para trás, pálida como um pergaminho velho.

    — Isso... isso é um demônio! Tem que ser expulso! E você também!

    Você revirou os olhos.

    — Não há nada para se preocupar. O baú é mágico. Leva direto pra casa do meu pai. Tecnicamente, ele nem está na escola. E ele nunca tentou comer ninguém... ainda. Mas seria bem legal se ele comesse a cabeça de algum aluno chato, né?

    Snape apareceu na porta, com sua capa esvoaçante e expressão de quem já viu coisa pior em um caldeirão.

    — Eu não vou alimentar essa coisa de madrugada de novo — resmungou. — E não quero ter que dar sachê de fígado outra vez. Ele fica exigente.

    Virou-se e saiu como se fosse a coisa mais normal do mundo.

    Mais tarde, Umbridge invadiu a sala dos professores, onde Snape estava com os pés estendidos, apoiados em uma poltrona, olhos fechados e a mão na cabeça como se estivesse tentando esquecer que existia.

    — Professor Snape! Exijo saber o que é aquela... coisa!

    Snape abriu um olho lentamente, suspirou e disse:

    — O nome que minha filha deu foi Vladus. Ele dança nas quartas.

    Fechou o olho novamente e voltou a dormir.