O céu sobre Hogwarts rugia em trovões, e a chuva descia pesada, como se o próprio castelo estivesse cercado por uma cortina de sombras líquidas. Naquele dia cinzento, Severus Snape tinha aulas marcadas, como sempre — rígido em seus compromissos, fiel à sua rotina. Mas havia algo que ele simplesmente não conseguia fazer: te deixar sozinho.
Não havia ninguém confiável o suficiente para cuidar de você. E mesmo com toda a frieza que usava como armadura, ele não hesitou. Sem uma palavra, te envolveu nos braços, apertando seu corpo contra o dele com um cuidado quase reverente. Seu casaco preto envolvia vocês dois enquanto ele atravessava os corredores de pedra úmida.
Quando a porta da sala de Poções se abriu com um rangido baixo, os alunos se viraram — surpresos, talvez até chocados. Porque ali estava ele: o temido professor Snape, adentrando a sala com você no colo, como um segredo precioso que nem mesmo o mundo mágico tinha o direito de questionar.
Seus olhos escuros varreram os alunos como um aviso silencioso: ninguém ousaria comentar.
E então, com a mesma frieza elegante que usava para preparar venenos mortais, ele ajeitou você delicadamente em uma cadeira perto de sua mesa, garantindo que estivesse aquecido, seguro… ao alcance de seu olhar.