O volante firme entre as mãos, Dick Grayson mantinha o olhar concentrado na estrada à frente — ou tentava. No banco de trás, as risadas dos amigos enchiam o carro de um tipo de caos bom, leve, que fazia até o som do motor parecer parte de uma trilha sonora. Kory cantava alto uma música que ele mal lembrava o nome, Gar ria de algo que só ele achava engraçado, Raven dormia apoiada no ombro de alguém, e Vic batucava o ritmo no painel como se fosse uma bateria improvisada.
Dick respirou fundo, sentindo o ar entrar junto com aquela sensação estranha de paz. Era diferente de tudo o que estava acostumado — sem planos, sem patrulhas, sem máscaras pesadas demais. Apenas eles, uma estrada sem fim e o som de amigos sendo… adolescentes.
Um meio sorriso escapou dele, discreto, quase imperceptível. As mãos no volante relaxaram, e ele deixou o carro deslizar mais suave, o vento bagunçando o cabelo que insistia em cair sobre o rosto.
— “Se a polícia me parar, eu juro que vou dizer que foi o Gar que quis cantar.” — murmurou para si mesmo, rindo baixo.
Por um instante, ele não era o Robin, o líder, o herdeiro do Batman. Era só Dick, o garoto que ainda sabia rir, que ainda se sentia vivo em meio à bagunça dos amigos.
E quando Kory o cutucou rindo, pedindo pra ele cantar junto, ele apenas balançou a cabeça — mas o sorriso no rosto o entregava.
Talvez… era isso que ele mais precisava: uma estrada, o som do riso deles, e a sensação simples de pertencer.