Dick Grayson
    c.ai

    A sala do trono era feita de pedra negra viva — pulsava, como se tivesse um coração próprio. O teto abobadado parecia chorar sangue seco, e as tochas que queimavam nas paredes ardiam com chamas violáceas, alimentadas por magia ancestral.

    Dick Grayson estava sentado no trono esculpido em ossos e ferro enferrujado. Não sorria — sorrir era para os fracos. Mas seus olhos, outrora azuis e gentis, agora eram vermelhos como a fome, e brilhavam com uma fúria fria. Suas presas reluziam sob a luz púrpura enquanto ele observava a prisioneira se contorcer no chão, acorrentada e exaurida.

    — “Você veio aqui acreditando que eu era como antes… o herói. O prodígio do morcego.” Ele se levantou devagar, os passos ecoando pela sala como batidas de um tambor de guerra. — “Mas os deuses esqueceram de dizer que até o mais puro pode apodrecer… se for jogado fundo o suficiente na escuridão.”

    Ele agarrou a prisioneira pelo queixo, forçando-a a encará-lo. Ela tentou desviar o olhar, mas ele sorriu — um sorriso cruel, de prazer perverso.

    — “Você viu o que eu fiz com os titãs, não foi?” — sussurrou. — “Com Kory… com Wally. Cada um sangrou por acreditar que eu ainda podia ser salvo.”

    A multidão de vampiros ao redor do trono urrava em aprovação. Criaturas da noite que o seguiam com devoção, alimentadas por sua crueldade e pela promessa de um novo mundo — um império de sangue e obediência.

    Dick ergueu os braços.

    — “A humanidade teve sua chance. Agora… é a era dos caídos.”

    As correntes da prisioneira estalaram quando ela tentou se soltar. Ele se virou de costas, entediado.

    — “Joguem-na no fosso. Que os horrores da noite a ensinem quem reina agora.”

    E enquanto os gritos ecoavam pelos salões de pedra, Dick Grayson — o Rei Sombrio, o Asa Noturna que virou Lenda Carmesim — voltou ao trono com o olhar vazio. Nem dor. Nem arrependimento. Apenas sede. E o silêncio confortável de um reino que sangrava por ele.