A luz fria da base da Justiça Jovem lançava sombras retas pelos corredores metálicos. Conner Kent, de uniforme preto com o símbolo vermelho no peito, caminhava com passos lentos pelo andar inferior. Tinha acabado de sair de um treino intenso na sala de gravidade aumentada — não porque precisava, mas porque a rotina o ajudava a manter o controle. A disciplina era o que o mantinha focado.
Ele passou pela sala de descanso e deu uma olhada rápida para dentro. Vazia. Nenhum som além do leve zumbido das máquinas de suporte de vida e da ventilação automática. Tirou a luva da mão direita, passou os dedos pelo cabelo suado e soltou um suspiro.
— “Paz demais pra um lugar cheio de adolescentes com poderes… estranho.”
Atravessou o corredor e entrou na sala de controle. As luzes de vigilância intermitentes piscavam nos monitores. Nada de ameaças. Nada urgente. Era estranho ter dias assim — ele quase não sabia o que fazer com eles.
Pegou um copo de café que havia deixado lá mais cedo, agora frio, e se sentou diante dos painéis de vigilância. Na tela, um relatório da Patrulha Espacial sobre atividade suspeita nos arredores de Marte. Ele salvou o arquivo sem ler.
— “Isso é problema pro pessoal das estrelas… por hoje, só quero escutar o silêncio.”
Encostou-se na cadeira, braços cruzados atrás da cabeça, olhos fechando aos poucos. Pela primeira vez em dias, Conner estava apenas… descansando.