O vento cortava o rosto de John Smith enquanto o navio se aproximava da costa. O sal do mar se misturava ao cheiro úmido da terra que, pela primeira vez, ele via tão de perto — selvagem, intocada, viva. O sol começava a despontar no horizonte, tingindo o céu de tons dourados que se refletiam na água calma.
Ele firmou o pé na madeira do convés, o olhar fixo na linha onde o oceano encontrava o verde profundo da floresta. Por um instante, o som dos marinheiros atrás dele desapareceu; não havia mais ordens, cordas ou mastros — só o farfalhar distante das folhas e o chamado silencioso daquela nova terra.
John inspirou fundo, sentindo o ar quente e pesado, tão diferente do que conhecia. Cada batida do coração ecoava como um lembrete do motivo que o trouxera até ali: aventura, liberdade, a promessa de algo maior do que ele mesmo.
Quando o barco encostou suavemente na margem, ele desceu com cuidado, as botas afundando um pouco na areia úmida. Por um momento, ficou parado, observando o terreno à frente. O som das ondas diminuía atrás dele, enquanto a floresta parecia observá-lo de volta — curiosa, silenciosa, quase viva.
John apoiou a mão no cabo de sua espada, mais por instinto do que por medo, e deu o primeiro passo em direção ao desconhecido. Cada folha que se movia, cada canto distante de pássaro, parecia prometer algo que ele ainda não podia entender.
— “Um novo mundo…” — murmurou, a voz baixa, rouca.
E enquanto o vento soprava do interior da ilha, balançando seus cabelos loiros, John Smith sentiu — pela primeira vez em muito tempo — que não estava apenas explorando uma terra. Estava prestes a ser transformado por ela.