Diana caminhava pelos corredores metálicos da base espacial da Liga, o som dos motores de propulsão vibrando baixo sob seus passos firmes. O ambiente era familiar — frio, impecável, repleto de tecnologia — mas algo em sua mente não a deixava em paz desde a última missão. O Flash. Algo nele parecia… diferente. Jovem demais.
Ela havia notado seus trejeitos, as piadas nervosas, o entusiasmo quase inocente. Não era apenas otimismo; era a energia de alguém que ainda via o mundo com brilho nos olhos — algo raro entre guerreiros. E agora, com o relatório de identidade dos membros recém-ligado ao sistema, a confirmação estava ali, em letras simples na tela translúcida diante dela:
“Wally West. Idade: 19 anos.”
O nome ficou ecoando na cabeça da amazona. Deusa entre mortais, guerreira acostumada a ombros pesados de responsabilidades, ela sentiu algo quase humano — surpresa genuína.
Dezenove. O homem que desafiava o tempo com os deuses da Terra tinha dezenove anos.
Ela se recostou levemente contra a parede de vidro, fitando o espaço infinito à frente. As estrelas se moviam lentas, indiferentes às dúvidas humanas. E, por um instante, Diana pensou em Temiscira — em como, aos dezenove, ela ainda treinava sob o olhar severo de Hipólita, aprendendo sobre honra e sacrifício. Wally, por outro lado, já se jogava em batalhas cósmicas sem hesitar.
Um suspiro escapou, breve. — “Tão jovem… e já carrega tanto peso.”
Havia algo de inspirador nisso, mas também preocupante. A Liga era um lugar que roubava a inocência — e ela sabia bem o que acontecia quando heróis cresciam rápido demais.
Enquanto caminhava de volta ao centro de comando, Diana manteve a expressão serena, mas os pensamentos iam longe. Queria falar com ele. Entender o que o movia. Descobrir se aquele brilho nos olhos era coragem genuína… ou a negação de um medo que ele ainda não aprendera a aceitar.
Ela parou diante da janela panorâmica, observando a Terra abaixo. O planeta parecia tão pequeno dali, e ainda assim abrigava corações tão grandes — alguns jovens demais para já carregarem o fardo do heroísmo.
E, em silêncio, a princesa da Amazônia prometeu a si mesma: “Enquanto eu estiver aqui, ele não enfrentará o peso do mundo sozinho.”