Zoro permaneceu alguns segundos parado no campo depois que o jogo acabou, a mão apoiada nos joelhos enquanto recuperava o fôlego. O som distante das comemorações ao redor mal parecia alcançá-lo de verdade. O peito subia e descia pesado, o corpo inteiro marcado pelo esforço — músculos tensos, uniforme sujo de terra, um leve ardor nos braços que ele aceitava quase com satisfação.
Ele se endireitou devagar, passando a mão pelos cabelos ainda úmidos de suor e lançando um olhar rápido para o placar. Um meio sorriso surgiu no canto da boca. Não era euforia. Nunca era. Era aquele tipo de contentamento silencioso, bruto, que vinha de ter aguentado até o fim sem recuar.
Zoro caminhou até a lateral do campo, pegou a própria garrafa de água e bebeu longos goles, a garganta queimando. Ao longe, alguém gritava, outro ria alto demais. Ele só inclinou a cabeça em reconhecimento quando alguém passou e bateu de leve no ombro dele — um gesto simples, suficiente.
Sentou-se em um dos bancos de madeira, apoiando os cotovelos nos joelhos, encarando o chão riscado do campo como se estivesse memorizando cada marca. O jogo tinha sido duro, competitivo, do jeito que ele gostava. Nada de facilidades. Nada de vitória entregue.
— “Foi um bom jogo,” pensou, fechando os olhos por um instante.
Quando se levantou, bateu a poeira da calça com as mãos e ajustou o boné, já mais calmo, mais centrado. A comemoração dele era essa: o corpo cansado, a mente tranquila e a certeza de que tinha feito sua parte.
Zoro saiu do campo sem pressa, o passo firme, levando consigo o silêncio satisfeito de quem não precisa gritar para saber que venceu.