Optimus Prime permaneceu imóvel entre as estruturas metálicas abandonadas da antiga lataria, o corpo colossal parcialmente oculto entre carcaças de caminhões enferrujados e chapas retorcidas. O silêncio era uma ordem, não apenas uma escolha. Seus sensores varriam o ambiente em intervalos calculados, atentos a qualquer vibração fora do padrão — passos humanos, motores ao longe, o eco de vozes que não deveriam estar ali.
Ele abaixou ligeiramente a cabeça, ajustando a própria postura para reduzir reflexos e assinaturas energéticas. Cada movimento era mínimo, contido, quase reverente ao espaço ao redor. A lataria cheirava a óleo velho, ferrugem e tempo, lembrando-o de quantos mundos também haviam sido deixados para trás como sucata de guerras antigas.
Optimus apoiou uma das mãos em uma pilha de metal esmagado, sentindo o peso simbólico daquilo tudo. Civilizações constroem. Civilizações destroem. E agora, eles se escondiam — não por fraqueza, mas por respeito àquele planeta que ainda não estava pronto para a verdade.
Seus olhos azuis diminuíram de intensidade, quase se apagando, enquanto processava rotas de fuga e estratégias alternativas caso fossem descobertos. Ainda assim, havia uma calma firme nele. Uma liderança silenciosa que não precisava de palavras.
— “A paciência é uma forma de coragem,” pensou, enquanto permanecia ali, um guardião oculto entre restos de aço humano.
Até que fosse a hora certa, Optimus Prime esperaria.