Foi estranho perceber isso — como se o próprio corpo tivesse puxado o freio sem pedir permissão. O peito dele apertou, não de dor, mas de algo… vasto. Antigo. Uma sensação que não cabia direito dentro dele, como um eco batendo contra as paredes do próprio coração.
Ele levou a mão ao peito, sentindo o ritmo acelerar, descompassado.
— “O que é isso…?” — murmurou, a voz saindo mais baixa do que o normal.
Algo se mexia lá dentro. Não era só força. Não era adrenalina. Era presença.
Luffy fechou os olhos e, por um instante, não sentiu mais o chão sob os pés. Era como se o corpo estivesse leve demais, elástico demais, rindo sem ele. Um riso que não vinha da boca, mas de dentro, vibrando nos ossos, nos músculos, no sangue.
Joyboy.
O nome surgiu sem que ele pensasse. Não como uma palavra aprendida, mas como algo lembrado.
O sorriso veio sozinho — largo demais, involuntário demais. Luffy tentou fechar a expressão, tentou se concentrar, puxar o controle de volta como sempre fez com seus golpes… mas não adiantou. O corpo respondeu antes da vontade. O coração bateu num ritmo novo, livre, quase brincalhão.
— “Ei… espera…” — ele tentou reclamar, rindo contra a própria vontade.
O riso escapou de novo. Mais alto. Mais solto. E Luffy entendeu, com uma clareza que o assustou um pouco:
Aquilo não era só uma transformação. Não era algo que ele ativava.
Joyboy não pedia permissão.
Ele respirou fundo, sentindo o mundo parecer mais… flexível. Como se tudo pudesse dobrar, dançar, acompanhar aquele pulso antigo.
Luffy abriu os olhos, ainda sorrindo, mesmo sem saber se queria.
— “Então é isso…” — pensou. — “Não sou só eu.”
E, pela primeira vez desde que ganhou esse poder, percebeu que não estava no comando sozinho.