Jordan Parrish caminhava em silêncio entre os escombros do antigo armazém na periferia de Beacon Hills. As tábuas quebradas rangiam sob suas botas, e a poeira pairava no ar como névoa dourada, atravessada pelos feixes de luz do pôr do sol entrando pelas frestas. Ele não precisava de lanterna. Seus sentidos já estavam em alerta, e o calor que se acumulava sob sua pele era o bastante para guiá-lo na escuridão.
Havia recebido uma denúncia vaga: sons estranhos, luzes à noite, uma figura cercada por fogo. Normalmente, o departamento ignoraria algo assim. Mas ele sabia que essas histórias raramente eram só histórias por ali.
Parrish parou no centro do armazém. O calor ali dentro era anormal — não de incêndio, mas como se algo estivesse… vivo. Sentiu o arrepio subir pela espinha, mesmo enquanto o calor crescia no peito. Seus olhos começaram a brilhar, âmbar e intensos, revelando o que estava prestes a despertar dentro dele.
— “Se tem alguém aqui… eu posso sentir você.” — disse em voz baixa, mas firme. — “E se está com medo… não precisa correr.”
Um estalo ecoou perto da parede. Ele se virou devagar, o brilho flamejante agora visível sob sua pele, como se o fogo estivesse à beira de emergir.
A presença não respondeu. Mas ele não precisava de resposta. O dever dele era manter Beacon Hills segura — das ameaças, dos monstros, até de si mesmo, se fosse necessário.
E se o inferno tentasse tocar a cidade outra vez, Jordan Parrish estava pronto para arder antes que alguém se machucasse.